segunda-feira, 16 de março de 2015

CELEBRAÇÃO DOS/AS MÁRTIRES DA CAMINHADA


No dia 28 de Fevereiro, em memória dos 10 anos de martírio de Ir. Dorothy Stang (Congregação de Nossa Senhora de Notre Dame), participaram de uma via sacra Irmãs Manuela e Marilda (Oblatas do Santíssimo Redentor) e da Rede um Grito pela Vida – Núcleo SP, junto com Ir. Alice Duarte (ICM). Também compartilharam este celebração Irmãs Sirley e Ir. Josefina, também OSR. Aconteceu no Arsenal da Esperança “Dom Luciano Mendes de Almeida”, bairro de Mooca SP.

Segunda Estação - Tráfico de Pessoas - Representação Rede Um Grito pela Vida

Esta celebração teve como intuito fazer um resgate histórico da dimensão do martírio na Igreja, nesta época que se fala muito pouco dessas pessoas de ontem e de hoje, anônimas ou não, que entregaram sua vida pela causa do Reino.

Esta foi uma iniciativa do grupo JUPIC (Justiça, Paz e Integridade da Criação e Comunidades Religiosas Inseridas). A Rede um Grito pela Vida participou da celebração, no contexto de um trabalho em parceria com o JUPIC, fazendo a segunda estação onde foi apresentada a realidade gritante do Tráfico Humano, dessas pessoas também martirizadas, sobretudo de mulheres, crianças e adolescentes para a exploração sexual.


Outros grupos trouxeram a realidade das/os migrantes, da mãe terra, dos povos indígenas, entre outras. Contemplamos ao Mártir Jesus Crucificado e ameaçado na sua vida nessas realidades. Foi um momento orante de muita profundidade, a expressão de cristãos e cristãos que acreditam ainda numa outra sociedade sem corrupção, sem exploração, sem injustiça onde reina a igualdade de direitos para todos e todas.

Por isso experimentamos que uma tocha de esperança se acende com muito brilho e vida nova ressuscitada. É o compromisso de muitos grupos e pessoas, além dos/as presentes, que estão fazendo a diferença, lutando com coragem, ousadia e muita fé no primeiro mártir Jesus, por essa nova sociedade.



Foi uma expressão de junção de militância com a fé. Ir. Dorothy, tombada um 12 de fevereiro de 2005 pelos fazendeiros de Anapu (Estado do Pará) por sua luta pela terra, nos deu seu exemplo que se reflete em suas palavras: Estou ameaçada de morte pelos fazendeiros e invasores da a terraTem a coragem de ameaçar-me e de exigir mi expulsão  de Anapu. Somente porque eu clamo por justiça.”[1] Tenho que estar com estas pessoas…Se elas são  significativas en mi vida, quero dar minha vida.[2]  Isso testemunha que sempre sustentara sua vida numa força espiritual, numa força maior, na força de Deus. “Todos/as nos conhecemos o movimento de Deus na vida da Ir. Dorothy diz uma irmã de sua comunidade.”.[3]


Nesta celebração, sentimos o apelo de Deus a continuarmos seguindo o mártir Jesus nas pegadas de Ir. Dorothy e de outros grupos de pessoas: migrantes, indígenas, em situação de tráfico humano e no martírio de nossa mãe terra que geme com dores de parto, diante do maltrato permanente de seus habitantes, sobretudo, dos que vem só nela uma fonte de lucros volumosos para aumentar o capital.

Renovamos mais uma vez o compromisso de continuar levantando a bandeira da luta pela VIDA como “vidas pela vida e vidas pelo Reino.”[4]


Ir. Manuela Rodríguez Piñeres(Oblatas do Santíssimo Redentor) 
Rede Um Grito pela Vida- SP



[1]LE BRETON, Binka(2008) “A dádiva maior”, a vida e a morte corajosa de Ir.  Dorothy Stang, pág. 202, Editora Globo, São Paulo, Brasil.
2 pág. 211
3 pág. 202
[3] Idem, pág. 204
[4] CD de Zé Vicente

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